Hidrelétricas no Brasil





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Hidrelétricas no Brasil

Brasil e uma das nações do mundo que mais construí barragens, e está altamente dependente em hidroeletricidade, com 80% da sua energia elétrica proveniente de grandes represas. Apesar de novas iniciativas para diversificar as suas fontes de geração de energia elétrica, as agencias de planejamento de energia e as industrias seguem pressionando pela grande expansão da geração de hidroeletricidade no Brasil, argumentando que isso seja crucial para a economia do país crescer. Enquanto os críticos das hidrelétricas recomendam maneiras mais apropriadas e menos destrutivas de gerar energia, Maurício Tolmasquim, presidente da nova Empresa de Pesquisas Energéticas, a entidade com responsabilidade de planejar o futuro energético do Brasil, diz que os oponentes das barragens "quer que Brasil volte à idade da pedra".
No Brasil cerca de 71% da energia elétrica que é gerada e consumida pela população é proveniente de Usinas Hidrelétricas que realizam todo o processo de produção da energia elétrica utilizando-se de um rio, processo que além de beneficiar a população brasileira ainda não polui o meio ambiente com a emissão de poluentes durante todo o processo.
No entanto, a construção de uma usina hidrelétrica não é algo que seja de fácil realização, por exemplo, no Brasil já existem inúmeras usinas hidrelétricas funcionando e produzindo energia elétrica para toda a população, mas para que estas tenham sido construídas necessitaram de passar por inúmeras analises e procedimentos que permitiam a liberação de funcionamento. Antes da construção de uma usina é necessário um estudo geral do rio no qual se pretende utilizar, este rio deverá abrigar um alto volume de água e ainda conter em seu curso alguns desníveis. Após serem realizados estes estudos é preciso ainda focar na questão ambiental, por exemplo, quais serão os efeitos e danos refletidos no ecossistema ali existente, pois a construção de uma usina hidrelétrica é preciso realizar a construção de uma barragem que é a parte principal para a produção da energia elétrica, e para a construção desta barragem uma determinada área será inundada, podendo causar vários problemas ambientais na fauna e na flora. Por isso, uma usina hidrelétrica só pode ser construída após conter todas as licenças emitidas pelos órgãos ambientais, caso contrário em hipótese alguma será permitido a sua construção.
Após a liberação da construção da usina hidrelétrica o processo de produção da energia elétrica é realizado da seguinte maneira:
  • A água do rio passa pela barragem que foi construída;
  • A barragem transporta a água em direção aos enormes aquedutos em que se encontram as turbinas;
  • Por meio da força da água que as turbinas são movimentas transformando a energia potencial em energia mecânica;
  • A energia mecânica é captada por um gerador que a transforma em energia elétrica.

Linhas de transmissão

Essa energia elétrica que foi produzida é transportada para as cidades por meio das linhas de transmissão, só no Brasil existem cerca de 100 mil Km de linhas de transmissão para realizar o transporte da energia elétrica até as cidades que são comuns localizarem-se longes das usinas hidrelétricas. A energia elétrica que é transportada nas linhas de transmissão encontra-se em alta tensão e necessitam de uma rede de distribuição para que sejam encaminhadas com a tensão segura para as indústrias, residências e para o comércio, normalmente é distribuída a seguinte maneira:
  • media tensão para grandes indústrias
  • baixa tensão para pequenas indústrias, para o comércio e para as residências
Desta forma, as usinas hidrelétricas cumprem um importante papel no desenvolvimento do país. A energia hidrelétrica no Brasil tem pelo menos três grandes vantagens:
  • Não é poluente
  • O Brasil tem uma grande quantidade de rios com grande volume de água
  • A fonte da energia é renovável
A construção de barragens no Brasil já provocou enormes impactos sociais e ambientais, se estima que um milhão de brasileiros já sofreram impactos da construção de barragens, e que 70% dessas populações nem sequer receberam indenização para as suas perdas. MAB, originalmente formado das populações atingidas por Itaipu nos anos 70, hoje se constitui um movimento no nível nacional, uma das organizações de atingidas por barragens mais fortes do mundo.
Controvérsias recentes mostram a falta de transparência e a impropriedade dos procedimentos para planejamento e licenciamento de novas represas no Brasil. Estudos de impacto ambiental da usina Barra Grande, no rio Pelotas, na bacia do Uruguai foram mostrados a ser fraudulentos, por omitir o fato do que a represa inundaria milhares de hectares de florestas primarias. Os estudos da hidrelétrica Estreito, no rio Tocantins, constataram que a formação da represa "ajudaria" os botos ameaçados, em restringir a sua mobilidade, facilitando o seu manejo. Estudos para barragens quase sempre subestimam o número de famílias elegíveis para compensação ou reassentamento. O governo brasileiro ignora as recomendações da Comissão Mundial de Barragens, dizendo que seguir as recomendações da CMB impossibilitaria a construção de novos projetos.

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