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Yves Lacoste

 Geógrafo e geopolítico francês é considerado como um dos fundadores da geografia moderna, em 1976 escreveu o livro A geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra, título que depois foi substituído por Geografia: Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra, pois os leitores estavam assimilando a geografia como uma ciência de  estratégias de guerra apenas, sendo o objetivo do autor mostrar que elaborar estratégias militares é a função mais antiga da geografia cientifica. Em seu livro o autor faz duras críticas à velha geografia, afirmando que ela sempre existiu a serviço da dominação, do poder e afirma que a geopolítica, “não é a caricatura e nem uma pseudogeografia, ela seria o âmago da geografia, a sua verdade mais profunda e recôndita”. (Lacoste, 1993, p.2), sendo uma das suas maiores preocupações a manipulação do individuo através do ensino da geografia que era totalmente despolitizado e limitava a visão a cerca das potencialidades dessa disciplina. Diant

Élisée Reclus (1830-1905)

Foi um geógrafo e anarquista francês. Sua obra caracterizou-se, principalmente, por se diferenciar profundamente da maioria dos pensadores da Geografia de sua época. Apesar de realizar um trabalho de caráter positivista e de se opor ao marxismo, utilizou-se de algumas de suas categorias, como a luta de classes. Reclus foi exilado da França por ter militado na Comuna de Paris (1871) e, por isso, realizou grandes viagens ao redor do mundo, passando pela Irlanda, Estados Unidos, Colômbia, Suíça e chegando, inclusive, a escrever uma obra sobre o Brasil, intitulada “ Estados Unidos do Brasil” . Em seus trabalhos, baseava-se no método descritivo, procurando não fazer nenhum tipo de oposição das características físicas e naturais com as humanas e sociais, o que diferia o seu pensamento de praticamente todos os geógrafos de sua época. Foi aluno do geógrafo alemão Carl Ritter, assim como do notório geógrafo Vidal de La Blache, produzindo tanto quanto ele. No entanto, La Blache ganhou mais

Friedrich Ratzel (1844-1904)

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 Foi um pensador alemão, considerado como um dos principais teóricos clássicos da Geografia e o precursor da Geopolítica e do Determinismo Geográfico. Vale lembrar que a expressão “determinismo” não era empregada pelo próprio Ratzel, tratando-se de uma atribuição conceitual que foi dada a partir das leituras sobre o seu pensamento. Sua principal obra publicada foi a  Antropogeografia . A Ratzel deve-se a ênfase dos estudos geográficos sobre o homem. Entretanto, a teoria ratzeliana via o ser humano a partir do ponto de vista biológico (não social) e que, portanto, não poderia ser visto fora das relações de causa e efeito que determinam as condições de vida no meio ambiente. A essa concepção deu-se o nome de  Determinismo geográfico , em que o homem seria produto do meio, ou seja, as condições naturais é que determinam a vida em sociedade. O homem seria escravo do seu próprio espaço. Esse pensador foi bastante influenciado pela obra de Charles Darwin, que defendia o postulado

Paul Vidal de La Blache (1845-1918)

Foi um geógrafo francês e um dos nomes mais lembrados no que se refere à história do pensamento geográfico. Sua obra é bastante reconhecida por ser fundadora da corrente de pensamento que veio a ser denominada por  Possibilismo , em oposição ao  Determinismo Geográfico  alemão. Vidal também foi considerado o fundador da escola regional francesa. La Blache rejeitava a ideia preconizada por Friedrich Ratzel que caracterizou a escola alemã de geografia, em que as condições naturais do meio influenciavam e determinavam as atividades humanas e a vida em sociedade. Para Vidal, o homem também transformava o meio onde vivia, de forma que para as ações humanas, diversas possibilidades eram possíveis, uma vez que essas não obedeceriam a uma relação entre causa e efeito. Graças à sua formação, La Blache trouxe para a Geografia a importância do tempo e da história para os estudos geográficos. Foi considerado, por isso, um dos grandes responsáveis pela difusão da Geografia Humana, apesar de af

Karl Ritter (1779-1859)

Foi um geógrafo alemão, nascido em Quedlinburg, então pertencente à Prússia, descobridor do raio ultravioleta (1801) e de grande importância para a moderna geografia humana e junto com o geógrafo e naturalista alemão Alexander von Humboldt, um dos precursores da geografia moderna. Professor na Universidade de Berlim, publicou seu primeiro trabalho sobre geografia, uma série de seis mapas sobre a Europa, talvez o primeiro atlas físico da história (1806), que seria atualizado (1811). Iniciou sua obra mais importante e extensa foi Die erdkund im verhältnis zur natur und sur geschichte des menschen (1817), de valiosos ensinamentos, planejada para abordar a geografia de todo o planeta, porém o autor morreu quando completou o 19° volume, em Berlim. Foi o fundador da Sociedade Geográfica de Berlim e considerava-se um discípulo e continuador do geógrafo Alexander von Humboldt. Foi um pioneiro da geografia moderna e do seu ensino nas universidades, concebendo a geografia como ciência empírica

Alexander Von Humboldt (1769-1859)

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Geógrafo, filósofo, historiador, explorador e naturalista alemão nascido em Berlim, que deu início, em fins do século, a memoráveis expedições naturalísticas e é considerado o fundador da moderna geografia física. De uma nobre e rica família da Pomerânia, província prussiana, irmão do lingüista e político Karl Wilhelm von Humboldt, estudou na Universidade de Göttingen e na Escola de Minas de Friburgo. Herdeiro de grande fortuna e atraído desde jovem pelas expedições científicas. A partir dos vinte anos começou a viajar pelo mundo, notadamente Europa e América, Tibete e Himalaia. Simultaneamente com o naturalista Georges Leclerc, conde de Buffon, na França, desenvolveu separadamente o conceito de meio ambiente geográfico: as características da fauna e da flora de uma região estão intimamente relacionadas com a latitude, tipo de relevo e condições climáticas existentes. Publicou em Berlim Observações sobre os basaltos do Reno (1790). Indo estudar na Academia de Engenharia de Freiberg, p

GEOGRAFIA HUMANA

A Geografia Humana é considerada como a segunda grande divisão que possui a Geografia. Sua tarefa corresponde ao estudo das sociedades humanas através de uma ótica espacial, ou seja, a relação que estabelece entre as sociedades, o meio físico que estão habitadas e também as paisagens culturais construídas a seu passo. A Geografia Humana parte da consideração que o ser humano integra a grandes grupos sociais, os quais, por sua vez criaram um ambiente social e físico através de processos de transformação de suas mesmas estruturas sociais e também da superfície em que habitam. Enquanto isso, o acesso dos homens foi modificando ambos os aspectos, sempre em função dos interesses e das necessidades de quem se destacou como agente social dominante. Em relação aos métodos empregados na Geografia Humana, da mesma forma que acontece com a Geografia Física, são diversos e existem tanto com procedimentos qualitativos como com quantitativos, tais como: estudos de casos, pesquisas, análise

GEOGRAFIA FÍSICA

O território brasileiro possui uma ampla extensão territorial, com uma área superior a 8,5 milhões de km², o que indica a ampla variedade de aspectos fisiográficos que compõem as paisagens brasileiras. Portanto, para melhor compreender a dinâmica territorial do Brasil, é necessário estudar e analisar os fenômenos naturais do espaço brasileiro, tanto em suas características quanto em suas relações de interdependência. Portanto, a Geografia Física do Brasil objetiva estudar e enumerar as compreensões descritivas e analíticas dos elementos naturais do território brasileiro, operando a partir de quatro campos de estudos distintos, a saber: a litosfera, a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera. É claro que as inter-relações entre esses elementos são de fundamental importância. A  litosfera , ou seja, as dinâmicas estruturais do relevo brasileiro, revela o caráter geologicamente antigo das formações rochosas no Brasil. Com isso, nota-se que o espaço geográfico no país já foi muito modific

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

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Até o início do século XX, a administração evoluiu a pequenos passos e de forma muito lenta. O surgimento e a consolidação da economia capitalista industrial ocorreu de forma bem gradual. Iniciou-se com o declínio das bases do sistema feudal, seguido do surgimento da produção de manufaturas e das corporações de ofício que gerou uma consequente emergência da burguesia mercantil como classe dominante e a consolidação do Estado Absolutista apoiado por ela. Percebendo que o poder real e absoluto dos monarcas emperrava seu crescimento, essa mesma burguesia passou a defender teorias do liberalismo econômico e até conseguir consolidar seu poder. Progressivamente, as corporações de ofício passaram a ser substituídas pelo trabalho assalariado entre os séculos XVI e XVIII. Foi somente após uma maior modernização da sociedade através da Revolução Industrial que o pensamento administrativo teve início. Foi nesse contexto entre os séculos XIX e XX que os Estados Unidos se tornaram a prin

MILTON SANTOS

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Foi um geógrafo brasileiro, considerado por muitos como o maior pensador da história da Geografia no Brasil e um dos maiores do mundo. Destacou-se por escrever e abordar sobre inúmeros temas, como a epistemologia da Geografia, a globalização, o espaço urbano, entre outros. Conquistou, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel de Geografia, sendo o único brasileiro a conquistar esse prêmio e o primeiro geógrafo fora do mundo Anglo-Saxão a realizar tal feito. Além dessa premiação, destaca-se também o prêmio Jabuti de 1997 para o melhor livro de ciências humanas, com “A Natureza do Espaço”. Foi professor da Universidade de São Paulo, mas lecionou também em inúmeros países, com destaque para a França. A obra de Milton Santos caracterizou-se por apresentar um posicionamento crítico ao sistema capitalista e aos pressupostos teóricos predominantes na ciência geográfica de seu tempo. Em seu livro “Por uma Geografia Nova”, em linhas gerais, o autor criticou a corrente de pensamento  Nova Geog

PAULO FREIRE

Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra. Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o s

RELAÇÕES FRONTEIRIÇAS ENTRE BRASIL E ARGENTINA: ESTUDO DE CASO A PARTIR DAS CIDADES DE ITAPIRANGA E DIONÍSIO CERQUEIRA, NO OESTE DE SANTA CATARINA

1.     INTRODUÇÃO O presente trabalho diz respeito a um estudo de caso realizado pelos acadêmicos da sétima fase (matutino), do curso de Geografia (Licenciatura), da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó, sobre as relações fronteiriças entre Brasil e Argentina. Este texto é denominado um estudo de caso porque as relações fronteiriças entre Brasil e Argentina serão aqui abordadas a partir de trabalho de campo realizado nas cidades de Itapiranga e Dionísio Cerqueira , ambas localizadas na fronteira com a Argentina, no oeste de Santa Catarina. Conforme (FERRARI, 2011), a fronteira é concebida como área ou zona geográfica, sendo um espaço social que transgride o limite político-territorial, cuja dimensão varia de acordo com as relações de diferentes naturezas estabelecidas pelos países vizinhos. Sendo assim, a fronteira entre Brasil e Argentina, especificamente no que se refere à divisa com o estado de Santa Catarina, representa um espaço ge