A SOCIEDADE DO CONSUMO E O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS



Atualmente, sabe-se que é preciso de forma urgente evitar o enorme desperdício de
alimentos gerados no mundo. Com a emergência da consciência ambiental que já se
sente no sentido de evitar o aumento de degradação de florestas, de acordos e legislação
que tratam da diminuição da poluição do ar, em função do aquecimento global, o
processo de reciclagem de materiais, é emergente enfrentar o Desperdício de alimentos,
uma vez que há já comprovadamente perda de solo agricultável e grandes áreas
produtoras de alimentos voltados para produção de combustíveis.
Na nossa Unidade Escolar, a realidade chega ser chocante, as refeições dos alunos é
terceirizada, e segundo dados levantados pelos alunos durante uma semana de
observação, pesagem e acompanhamento de todo alimento jogado no lixo, chegou aos
absurdos 102 kilogramas. Precisamos sim, pensar em uma escola Sustentável então
temos que fazer a tarefa de casa, diminuir o Desperdício e dar um fim ambientalmente
correto das sobras, que deverão ser reduzidas consideravelmente e de forma urgente.
Vivemos numa Sociedade do Consumo, onde não só alimentos são desperdiçados, mas
somos geradores de inúmeros materiais recicláveis, onde muito pouco disso é reaproveitado
e realmente reciclado, portanto emerge discutir e pensar no desenvolvimento de uma
Sociedade capaz de reavaliar suas atitudes e perceber que estamos no limite dos recursos
oferecidos pelo Planeta, assim como a disponibilidade de energia para processamento de
tudo que precisamos e nos cerca enquanto consumidores. Supérfluos, embalagens e bens de
rápido descarte e superação tecnológica fazem parte do cotidiano do cidadão global como
algo normal, e parecer infinito imperativo de uma mídia mediática.
Há no planeta dois bilhões de pobres que não se alimentam por não terem acesso a
alimentos e por outro a dramática situação do desperdício, e o Brasil está entre os dez
países do mundo que mais desperdiçam alimentos, calcula-se que no mundo são jogados
no lixo em torno de 45 bilhões de quilos de alimentos por ano. Cerca de 35% da
produção agrícola no Brasil vai para o lixo, o que daria para alimentar mais de 10
milhões de pessoas, e temos no país mais de 30 milhões de pessoas que praticamente
não se alimentam e cerca de 16 milhões destes sofrem de fome crônica, enquanto isso
60% de todo lixo domiciliar são compostos por comida.
Atualmente, a cidadania, apesar de ser compreendida de diferentes formas, possui
aspectos centrais que não podem ser desconsiderados. A sua construção, ocorrendo de
forma coletiva, sempre é uma conquista de caráter não permanente que prevê organização e
articulação social na luta por direitos e pela sua manutenção. Os direitos, por sua vez, ao
mesmo tempo em que são individuais, também são coletivos, sendo indispensável a
articulação de forças para que sejam garantidas as potencialidades de realização humana,
oportunizadas pela vida social.
Segundo a ONG –World Watch Institute, relatório Estado do Mundo publicado em
2004, mostra que os norte-americanos e europeus somam cerca de 12% da população do
planeta, mas são responsáveis por 60% do consumo doméstico mundial de bens e serviços.
Imaginemos então, o restante dos 88% da população mundial adentrar no mercado do
consumo com mesmo potencial, há necessidade de quantos planetas? A educação ambiental
deve provocar mudanças de comportamentos, atitudes no qual o ser humano se perceba
como um elemento integrador de um grande ecossistema: O planeta Terra com seus
recursos finitos, e como uma grande Teia, a Teia da Vida onde um elemento degradada afeta
a cadeia como um todo.
Segundo Sigmund Bauman, a sociedade hoje se pauta no consumo, invertendo a
máxima de Descartes, onde afirma: Consumo logo existe, entender a reciclagem como um
processo importante é fundamental, mas acima de tudo a lógica de uma mudança no
processo educativo é diminuir o Consumo e assumir a responsabilidade de um Consumo
Sustentável, evitando assim o desperdício de todos os recursos, bens e serviços necessários
a nossa vida. Acreditamos que Reduzir e Preservar são pontos chaves, no sentido da prática
de processo ecologicamente corretos e pressupostos da sustentabilidade. Se acreditarmos na
nossa tarefa de educar, devemos fazê-lo no sentido de preservar a vida, compreendendo as
suas mais profundas conexões, materiais e espirituais. O conhecimento transforma as ações
do ser humano, capaz de significar e ressignificar a existência do ser humano.
Destaca-se também, a forma da escola criar oportunidades para os alunos integrarem
conteúdos de diferentes disciplinas curriculares, além de abrir espaço para o estudo e
trabalho de conteúdos extracurriculares. Ao ser concebido como um projeto, o evento passa
a ser uma das etapas a serem realizadas, visto que as dimensões sociais e culturais das
relações entre os envolvidos no projeto fortalecem vínculos afetivos e a formação cidadã

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