Amazônia socioambiental. Sustentabilidade ecológica e diversidade social
UNIVERSIDADE FEDERAL DA
FRONTEIRA SUL – UFFS
Disciplina:
Geografia Rural
Curso:
Geografia
Professor:
Marlon Brandt
Acadêmicos
(as): Franciele Santin, Bruna Keschner, Sara Kriese, Bernardo Luza
Amazônia
socioambiental. Sustentabilidade ecológica e diversidade social
“Deborah Lima e Jorge Pozzobon”
A sustentabilidade ecológica proporciona
uma base para classificar a diversidade social da Amazônia. Por
sustentabilidade ecológica entende-se a capacidade de uma dada população de
ocupar uma determinada área e explorar seus recursos naturais sem ameaçar, ao
longo do tempo, a integridade ecológica do meio ambiente.
Mas questiona-se o lugar da espécie humana
na natureza e sua responsabilidade pelo futuro da biosfera, estudos
direcionados á relação entre populações humanas e o meio ambiente na Amazônia,
essas análises limitaram-se a estudar sociedades indígenas, as únicas
consideradas adequadas á aplicação dos modelos de ecologia humana inspirados em
modelos desenvolvidos para o crescimento de populações animais.
Uma alta sustentabilidade ambiental
significa que a ocupação humana não interfere nos processos ecológicos
essenciais para o pleno funcionamento do ecossistema. Uma alta sustentabilidade
é verificada em uma ocupação que não degrada o ambiente, não provoca alterações
microclimáticas, não polui, não destrói habitat, não explora recursos naturais
renováveis acima de sua capacidade de regeneração, nem resulta em extinções de
espécies.
Pelo critério de sustentabilidade
ecológica, apenas povos indígenas relativamente isolados apresentam, hoje, uma
ocupação de baixo impacto ambiental. O aumento da população e o envolvimento
crescente na economia de mercado elevam as taxas de exploração dos recursos
naturais a níveis acima de sua capacidade natural de reposição. As primeiras
gerações de migrantes que ocupam extensas áreas da Transamazônica e de Rondônia
muitas vezes tinham seu desempenho econômico prejudicado pelo fato de não
saberem utilizar vários recursos da floresta, ao contrário das populações
tradicionais (cf.Moran, 1979).
Os povos indígenas incluídos nesta
categoria são os que ocupam as áreas menos acessíveis e que estão mais distantes
das rotas de mercado. São populações que ainda mantêm inalterados seus
conhecimentos “mitógenos” sobre o ambiente natural.Os povos indígenas de
comércio recorrentes com a sociedade local e regional demonstram compreender
bem melhor as operações monetárias e o valor relativo das mercadorias. Existem
também, os povos indígenas dependentes da produção mercantil, são os grupos
que, perderam sua capacidade de produzir diretamente os principais recursos
para sua sobrevivência, passaram a
depender do mercado para obter o consumo básico.
Por pequenos produtores tradicionais
queremos nos referir á população originária do processo de colonização ibérica
da Amazônia. A competição desigual dos exploradores “de fora” ameaça a
sobrevivência dos produtores, pois são eles quem sofrem diretamente as
consequências da redução dos estoques de recursos naturais.
Em relação ao latifúndio tradicional, os
dados mostram que é bem menos impactante e bem mais sustentável que o
latifúndio recente: enquanto as pastagens cultivadas em áreas de desmatamento
chegam á degradação entre sete e dez anos, nas áreas de pastagens nativas a
natureza original permanece pouco modificada, apesar da antiguidade da
exploração pecuária (Ximenes, 1997).
Os grandes projetos envolvem pesados
investimentos federais em infra-estrutura viária, geração de energia através de
grandes hidrelétricas e megaprogramas de exploração industrial de minérios,
além de políticas de incentivos fiscais para o investimento de capital privado
na agropecuária baseada em latifúndio ou na exploração mineral em escala de
indústria. Nos exploradores itinerantes incluímos os empreendimentos
extrativistas que não realizam suas atividades em território próprio, mas em
terras devolutas, em propriedades ou posses alheias, ou ainda em unidades
territoriais pertencentes á União, com as terras indígenas e as unidades de
conservação.
Apesar de a classificação atribuir menos
impacto ecológico a categorias sociais mais distantes de economia de mercado,
não queremos dizer que a sustentabilidade ecológica é sempre incompatível com o
mercado. O mercado pode não promover sustentabilidade ambiental
espontaneamente, mas há novos nichos de mercado a ocupar. No momento atual,
entretanto, a extensão de tais propostas de exploração sustentável é precária.
A análise da diversidade de situações leva á conclusão de que são necessárias
ações diferenciadas para promover uma ocupação de baixo impacto.
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