Feiras de ciências


  Autor : Bernardo Luza      bernardoluza@hotmail.com
  Universidade Federal Da Fronteira Sul

 Ao iniciarem no Brasil, na década de 1960, as primeiras feiras escolares serviram para familiarizar os alunos e a comunidade escolar com os materiais existentes nos laboratórios, antes quase inacessíveis e, de certo modo desconhecidos na prática pedagógica. É importante destacar que desde os anos de 1950 e mais fortemente no final da década de 1960 foram difundidas diferentes abordagens de ensino, baseadas na problematização e realização de experimentos para o ensino de ciências.

   Na década de 1980, os professores de ciências especialmente de ensino fundamental, foram convidados a participar de cursos de treinamento, que se destinavam a introduzir no currículo aula de laboratório e feiras de ciências como forma de viabilizar o método científico (Gouvêa, 1992).Os professores começaram a modificar a ação pedagógica em sala de aula, permitindo a interferência dos alunos durante as suas explicações, nesse período foi possível observar uma tendência de mudança do nome feira de ciências para feiras científico-cultural. Atentamente outras disciplinas como: Geografia, História e física, além de Ciências e Biologia. Foram assumindo o cenário dessa nova modalidade de feira, porém a metodologia de preparação, apresentação e avaliação continuaram sendo a mesma de antes.

   O ensino nos projetos implica em um olhar diferente do docente em relação ao aluno, sobre seu próprio trabalho e sobre o rendimento escolar. O ensino por projetos envolve planejar, desenvolver e avaliar atividades, condições que podem ser estruturadas em três fases:problematização, sensibilização, viabilização, implementação e consolidação para as feiras de ciências se constituir palco para um trabalho baseado no ensino por projetos.
   A ciência difere da experiência, enquanto a experiência se resume no conhecimento das coisas particulares. A ciência expõe o conhecimento das coisas universais, no que se refere a isso, a experiência pode parecer mais importante, superior a arte (ciência), no entanto, ela não pode ser avaliada desta forma, porque enquanto a experiência conhece os fatos meramente, os indivíduos que são dotados da ciência buscam conhecer as causas, o porque dos fatos. Como por exemplo: Uma “pessoa de experiência”, ao ver nuvens negras no céu, vai expressar “hoje vai chover!”. E nada mais relevante do que isso, uma pessoa que possui certo conhecimento científico na área de meteorologia já vai saber explicar porque se formaram as nuvens negras no céu que levarão a chuva para a terra.
   O conjunto de várias experiências semelhantes em determinada área forma um juízo (senso comum), no entanto, existe a barreira entre o popular e o científico que se chama processo e os difere um do outro. De certo modo, quanto ao conceito de região, pode se dizer que este, inicialmente, estava centrado nas características do ambiente natural (clima, vegetação, relevo). A partir da década de 70 vai surgindo uma nova concepção de região, onde se valoriza os aspectos culturais, a forma de pensar, a história dos povos que habitam os mais inúmeros territórios. A fundamentação que sustenta este novo e inacabado conceito tem como base o materialismo histórico e dialético, ou seja, surgem discussões (teses) que se preparando com outras discussões (antítese) constroem conflitos e fazem surgir novas verdades (síntese), sujeitas a permanentes questionamentos.
   Sendo assim, a região não é apenas um território onde as modificações acontecem somente a partir de acontecimentos climáticos, mas é um território ocupado por pessoas que compõe certos grupos sociais, encontrando-se inquestionavelmente, em condições de transformação. Uma região pode ser resposta aos processos capitalistas, pode ser consequência do agrupamento de pessoas com traços culturais iguais ou semelhantes, ou mesmo consequências de relações políticas.
   A região é resultado de processos sustentados pelo desejo de mudanças sociais, onde zela-se pelo processo e pelo desenvolvimento sustentável que, deve ser “ecologicamente correto, economicamente desenvolvido socialmente justo, politicamente democrático e soberano e eticamente respeitável”.(Milton Santos fala sobre as forças que constroem o território).

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