Crítica da razão moderna e os fundamentos educacionais
Resumo do texto: Crítica da razão moderna e os
fundamentos educacionais. Referência (ADORNO, 1995, 119 – 138).
Frequentemente pessoas bem-intencionadas e
que se opõem a que tudo aconteça de novo citam o conceito de vínculos de
compromissos. A ausência de compromissos de pessoas seria responsável pelo que
aconteceu. Ainda assim considera-se ser uma ilusão imaginar alguma utilidade no
apelo a vínculos ou até mesmo na exigência de que se reestabaleçam vinculações
de compromissos que se exige somente para que provoquem alguma coisa. Aborda no
conteúdo a rapidez que até mesmo as pessoas mais ingênuas e tolas reagem quando
descobrem as fraquezas dos superiores. Torna-se dependente de mandamentos, de
normas que não são assumidos com o objetivo de identificar-se como cidadão
confiável.
A
diferença cultural ainda persistente entre cidade e o campo constitui uma das
condições de horror, embora certamente não seja nem a única nem a mais
importante. Ninguém tem culpa por nascer na cidade ou se formar no campo. Mas
que provavelmente no campo o insucesso da desbarbarização foi ainda maior. A
televisão e os outros meios de comunicação de massa, ao que tudo indica, não
provocaram muitas mudanças na situação de defasagem cultural. Relata também, a
formação de grupos e colunas educacionais móveis de voluntários que se dirijam
ao campo e procurem preencher as lacunas mais graves por meio de discussões, de
cursos e formação complementar.
Vale ressaltar que, segundo o texto,
pessoas com traços sádicos reprimidos, são produzidas por toda parte pela
tendência social geral. Em cada situação em que a consciência é mutilada, isto
se reflete sobre o corpo e a esfera corporal de uma não-livre e que é propícia
á violência. Basta prestar atenção em um certo tipo de pessoa inculta como até
mesmo a sua linguagem, principalmente quando algo é criticado ou exigido, se
torna ameaçadora, como se os gestos da fala fossem de uma violência corporal
quase incontrolada.
Por outro lado, na relação atual com a
técnica existe algo de exagerado, irracional, patogênico, isto se vincula ao
véu tecnológico, os homens inclinam-se a considerar a técnica como sendo algo
em si mesma, uma força própria, esquecendo que ela é uma extensão do braço dos
homens. Um dos grandes impulsos do cristianismo, a não ser confundido com o
dogma, foi apagar a frieza que tudo penetra. Mas esta tentativa fracassou,
possivelmente porque não mexeu com a ordem social que produz e reproduz a
frieza. Provavelmente até hoje nunca existiu aquele calor humano que todos
almejamos, a não ser durante períodos breves e em grupos bastante restritos.
O método que se sustenta na hermenêutica
sociológica e na Teoria crítica de Theodor Adorno, na forma de condução de
pesquisa social crítica, procura objetivar a análise e esclarecer os processos
contraditórios da situação estabelecida, contrastando sempre proposições e as
possibilidades de sua efetivação numa realidade dada. Contrastando as
proposições curriculares com vistas a formar o aluno como sujeito que domina
conhecimento e tenha autonomia, a pesquisa evidenciou que a sala de aula não
concretiza esse propósito, uma vez que, na maior parte das aulas analisadas,
observou-se uma educação pautada no disciplinamento e no cumprimento de regras,
predominando um ensino fundado no discurso do professor, que se baseia em
conhecimentos banalizados, e sustentados, muitas vezes, no senso comum e por
informações erradas.
Compreender a escola de hoje e como ela
deve agir para fazer com que o indivíduo se entenda como sujeito, entenda a
sociedade e nela possa interferir
satisfatoriamente é fundamental para a construção de uma instituição
educacional consciente de seu papel.
Diante disso, interroga-se: com que tipo
de educação, a escola está comprometida: ensinar o quê e a quem? Adequar o
aluno às normas vigentes nos campos político e social? Prepará-lo para ser um
sujeito esclarecido? Ou ainda para competir no mundo do trabalho? O que é
formar um aluno pleno, autônomo? Que tipo de mediação deveria acontecer no
processo pedagógico para possibilitar essa formação?
Comentários
Postar um comentário