A ROTA PARA A CIÊNCIA NORMAL



UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Bernardo Luza
Discente de Geografia


Kuhn, Thomas S.
A estrutura das revoluções científicas/Thomas S. Kuhn; tradução Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. -10. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.

                 
Tema: Experimentação e Ciência: Um elo de desenvolvimento social.
                                       
 Ao iniciarem no Brasil, na década de 1960, as primeiras feiras escolares serviram para familiarizar os alunos e a comunidade escolar com os materiais existentes nos laboratórios, antes quase inacessíveis e, de certo modo desconhecidos na prática pedagógica. É importante destacar que desde os anos de 1950 e mais fortemente no final da década de 1960 foram difundidas diferentes abordagens de ensino, baseadas na problematizarão e realização de experimentos para o ensino de ciências.
      O ensino nos projetos implica em um olhar diferente do docente em relação ao aluno, sobre seu próprio trabalho e sobre o rendimento escolar. O ensino por projetos envolve planejar, desenvolver e avaliar atividades, condições que podem ser estruturadas em três fases: sensibilização, viabilização, implementação e consolidação para as feiras de ciências se constituírem palco para um trabalho baseado no ensino por projetos.
      Apenas muito ocasionalmente, como no caso da estática, dinâmicas e ópticas geométricas antigas, fatos coletados com tão pouca orientação por parte de teorias preestabelecidas falam com suficiente clareza para permitir o surgimento de um primeiro paradigma (Thomas Kuhn, 2011, p.30)
       A ciência difere da experiência, enquanto a experiência se resume no conhecimento das coisas particulares. A ciência expõe o conhecimento das coisas universais, no que se refere a isso, a experiência pode parecer mais importante, superior a arte (ciência), no entanto, ela não pode ser avaliada desta forma, porque enquanto a experiência conhece os fatos meramente, os indivíduos que são dotados da ciência buscam conhecer as causas, o porquê dos fatos. Como por exemplo: Uma “pessoa de experiência”, ao ver nuvens negras no céu, vai expressar “hoje vai chover!”. E nada mais relevante do que isso, uma pessoa que possui certo conhecimento científico na área de meteorologia já vai saber explicar porque se formaram as nuvens negras no céu que levarão a chuva para a terra.
      A história da pesquisa elétrica na primeira metade do século XVIII proporcionou um exemplo mais concreto e melhor conhecido da maneira como a ciência se desenvolve antes de adquirir seu primeiro paradigma universalmente aceito. (Kuhn Thomas, 2011, p.33).
    
 O conjunto de várias experiências semelhantes em determinada área forma um juízo (senso comum), no entanto, existe a barreira entre o popular e o científico que se chama processo e os difere um do outro. De certo modo, quanto ao conceito de região, pode se dizer que este, inicialmente, estava centrado nas características do ambiente natural (clima, vegetação, relevo). A partir da década de 70 vai surgindo uma nova concepção de região, onde se valoriza os aspectos culturais, a forma de pensar, a história dos povos que habitam os mais inúmeros territórios. A fundamentação que sustenta este novo e inacabado conceito tem como base o materialismo histórico e dialético, ou seja, surgem discussões (tese) que, se preparando com outras discussões (antítese) constroem conflitos e fazem surgir novas verdades, sujeitas a permanentes questionamentos.
Sendo assim, a região não é apenas um território onde as modificações acontecem somente a partir de acontecimentos climáticos, mas é um território ocupado por pessoas que compõe certos grupos sociais, encontrando-se inquestionavelmente, em condições de transformação. Uma região pode ser resposta aos processos capitalistas, pode ser consequência do agrupamento de pessoas com traços culturais iguais ou semelhantes, ou mesmo consequências de relações políticas.
 As feiras de ciências de acordo com a proposta de ensino por projetos envolvem etapas fundamentais de preparação, desenvolvimento e avaliação, assim como qualquer projeto de pesquisa e ensino. Destaca-se a forma da escola criar oportunidades para os alunos integrarem conteúdos de diferentes disciplinas curriculares, além de abrir espaço para o estudo e trabalho de conteúdos extracurriculares. Ao ser concebido como um projeto, o evento passa a ser uma das etapas a serem realizadas, visto que as dimensões sociais e culturais das relações entre os envolvidos no projeto fortalecem vínculos afetivos e a formação cidadã. As feiras de ciências tornam os conteúdos e atividades escolares mais próximas e simplificadas em relação à prática em sala de aula, traçar um mapa, relatar várias informações econômicas de um determinado país, discutir e sugerir novos conceitos sobre energia (química, eólica, nuclear, solar, térmica ou mecânica), produz impactos sobre o meio ambiente, que, se preservado, gera sustentabilidade.
É imprescindível que as escolas da educação básica adotem eventos dessa natureza, para promover uma cultura científica que ajude os alunos na compreensão dos acontecimentos cotidianos e agir com o pensamento crítico e autônomo dentro da sociedade em que vive. Contudo, muitas escolas ainda se apresentam tímidas quanto á proposta de ensinar ciências usando estratégia pedagógica, a ideia inicial é definir os conteúdos que serão trabalhados, construindo blocos temáticos de acordo com os conteúdos programáticos do ensino médio que os alunos puderam optar, dentre esses assuntos, em qual situação gostariam de desenvolver os projetos.
 Assim como os cientistas não abandonam suas teorias de forma imediata pelo fato da teoria não estar de acordo com dados empíricos, as atividades experimentais devem procurar enriquecer teorias pessoais sobre a natureza da ciência através da construção de argumentos e a discussão destes. Outro exemplo, em que na teoria de Charles Darwin, os animais fracos tinham menor capacidade de evolução e de se adaptar ao meio, por outro lado, os animais fortes se reproduziam facilmente, obtinham evoluções em suas gerações e dominavam outras espécies. Mas então, os países desenvolvidos dominam seus inferiores, manipulam, sugam toda riqueza existente e por fim os endividam.
Quando, pela primeira vez no desenvolvimento de uma ciência natureza, um indivíduo ou grupo produz uma síntese capaz de a maioria dos praticantes de ciência da geração seguinte, as escolas mais antigas começam a desaparecer gradualmente (Kuhn Thomas, 2011, p.39).
 Na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros, para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração. Quando submetida à certa desconfiança por parte da população, é amparada pelos meios de comunicação de massa, que lhe conferem uma imagem exaustivamente solidária e justa.Todos objetos que a ciência constrói visam oferecer mais precisão na realização de determinada função ou na construção de outro objeto, diretamente ligado a dominação da natureza, é preciso ter cuidado para não enganar-se quanto ao processo que envolve está ordem.
Quando ouvimos um fato que aconteceu em determinado local, em tal data, sendo contado por um colega de trabalho, podemos obviamente confiar nas palavras por ele proferidas, no fato tal qual nosso colega contou, no entanto, se formos à busca de mais fragmentos, perceberemos que o fato não aconteceu exatamente da forma como nosso colega contou. É fácil confiar no conhecimento que é oferecido de forma tão gratuita, não é difícil, porém, perceber que este conhecimento não é real. Isso ao menos, para as pessoas que não se contentam com uma versão individual, é necessário perceber não somente a maçã que está podre, mas as causas que levaram a fruta à obtenção de tal estado de decomposição, sobretudo, é para isto que existe as feiras de ciências.
Quando um cientista pode considerar um paradigma como certo, não tem mais necessidade, nos seus trabalhos mais importantes, de tentar construir seus campos de estudos começando pelos primeiros princípios e justificando o uso de cada conceito introduzido. (Kuhn, Thomas S. 2011, p.40).






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